Nutricionista aponta riscos e faz alerta para consumo exagerado do açúcar 1q372e
O consumo exagerado de açúcar está diretamente associado a uma série de problemas de saúde, alerta especialista. Blogs e Colunas | Saúde em Dia 20/05/2025 17h07Ele está no refrigerante, no cafezinho, na sobremesa e até na salada. O açúcar faz parte do cotidiano da maioria dos brasileiros. Mas a ciência vem acendendo um sinal de alerta: cada vez mais pesquisadores têm comparado o açúcar ao novo tabaco – uma substância amplamente consumida, socialmente aceita, mas com alto potencial de causar danos à saúde. 617348
Estudos indicam que o açúcar está presente em mais da metade dos alimentos industrializados e, pior, seu consumo em excesso é uma realidade. Segundo a nutricionista e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Carla Fernanda dos Reis de Souza, há sinais de que o açúcar pode gerar dependência. “Ele ativa os mesmos sistemas de recompensa no cérebro que substâncias como álcool e drogas, especialmente a via dopaminérgica. Quanto maior o consumo, mais vontade de consumir, virando um ciclo vicioso”, explica.
Os riscos do consumo excessivo
Independentemente da origem da compulsão, o fato é que o consumo exagerado de açúcar está diretamente associado a uma série de problemas de saúde. Entre eles, obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, cáries dentárias, resistência à insulina, dislipidemias e processos inflamatórios crônicos, como a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) e alterações na microbiota intestinal.
“Mesmo pequenas porções consumidas com frequência podem representar riscos, principalmente porque muitos alimentos industrializados contêm açúcares ocultos, o que dificulta o controle da ingestão diária”, alerta Carla Fernanda.
E não adianta trocar o refinado pelo mascavo ou demerara. Do ponto de vista metabólico, todos têm efeitos semelhantes. “A quantidade de minerais presente nesses açúcares é tão pequena que não os consideramos fontes relevantes de nutrientes”, reforça a nutricionista.
Sinais de alerta
O corpo costuma dar sinais de que está sendo afetado pelo excesso de açúcar. Entre os sintomas mais comuns estão: fadiga frequente, alterações de humor, dificuldade de concentração, acne, ganho de peso, compulsão alimentar, cáries e resistência à insulina — condição que tem se tornado cada vez mais comum nos consultórios.
“Se não tratados, esses sintomas podem evoluir para doenças mais graves, como pré-diabetes e hipertensão”, afirma a especialista.
Crianças são as mais vulneráveis
O consumo precoce e frequente de açúcar é especialmente prejudicial durante a infância. Pode afetar o desenvolvimento do paladar, facilitar o surgimento de cáries, obesidade infantil, diabetes e até dificuldades de atenção. “Uma boa introdução alimentar aos seis meses de vida, com a oferta de alimentos naturais e sem adição de açúcar, é essencial para um crescimento saudável”, ressalta Carla Fernanda.
Como reduzir o consumo de açúcar
A boa notícia é que é possível reduzir significativamente o consumo de açúcares adicionados sem comprometer o prazer de comer. A nutricionista orienta:
• Evite alimentos ultraprocessados, que geralmente contêm açúcares ocultos.
• Leia os rótulos e identifique ingredientes como xarope de glicose, maltodextrina, frutose e outros açúcares.
• Prefira alimentos in natura ou minimamente processados. Visite mais feiras livres e menos os corredores de ultraprocessados nos supermercados.
• Reduza gradualmente o açúcar adicionado em bebidas e receitas, para reeducar o paladar sem traumas.
• Planeje as refeições e tenha lanches saudáveis por perto, evitando decisões impulsivas.
• Procure um nutricionista. Só esse profissional pode orientar de forma segura e personalizada.
Além disso, há alternativas naturais que podem ajudar na transição, como o uso de frutas in natura ou secas para adoçar receitas, além de especiarias como canela, baunilha e cacau. Em alguns casos, adoçantes naturais como stevia, eritritol ou xilitol podem ser utilizados com moderação.
A luta contra o açúcar não exige uma guerra radical, mas uma mudança consciente de hábitos. A chave está no equilíbrio e na informação. Saber o que está por trás dos alimentos que consumimos é o primeiro o para fazer escolhas mais saudáveis — e, consequentemente, viver mais e melhor.







André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.
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